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29-04-2013 10:08

 

Estado vai ceder 16 silos abandonados aos produtores. Ideia é constituir centros de armazenagem para melhor gestão da produção.

O Ministério das Finanças, a quem cabe a gestão do património do Estado, está a ultimar o acordo de cedência gratuita à Associação Nacional de Produtores de Cereais (Anpoc) de 16 silos pertencentes à extinta Empresa Pública de Abastecimento de Cereais (EPAC), confirmou o DN junto de uma fonte governamental. Objetivo: transformar os silos em centros de armazenagem, para a constituição de uma reserva estratégica nacional de cereais.

O contrato, cuja assinatura ainda não tem data marcada, vigorará por um prazo de 20 anos. Os silos, situados no Alentejo e Ribatejo, foram deixados ao abandono na sequência da dissolução e liquidação da EPAC, em Dezembro de 1999, depois de ter acumulado um passivo de milhões de euros. Na posse deste património, os produtores serão chamados a suportar os custos de manutenção e a financiar as obras de recuperação que venham a revelar-se necessárias.

"O nosso objetivo é que estes silos possam servir, enquanto centros de armazenagem, para a constituição de uma reserva estratégica nacional de cereais", diz ao DN o ministro da Agricultura, António Serrano, segundo o qual algumas destas infraestruturas estão preparadas para proceder à secagem de arroz. "O preço do arroz está sujeito a uma grande flutuação e este é um contributo para os pequenos produtores poderem vender o cereal mais cedo, numa altura em que lhes seja mais conveniente em termos de preço."

Também no caso dos restantes cereais, como o trigo e o milho, a passagem dos silos para a gestão direta dos produtores permitir-lhes-á "controlar melhor" a variação dos preços, passando a dispor de capacidade para reter os produtos, manter uma gestão de reservas e vender em condições de mercado mais favoráveis.

Uma fonte do sector explica ao DN que o aumento da capacidade de armazenagem é da "maior importância" para a manutenção de uma produção nacional de cereais a um nível "aceitável", pois permitirá aos agricultores "negociar preços" com a indústria das rações.